domingo, agosto 12, 2007

PREÇO DO LEITE

Muitos alunos e amigos tem me perguntado por que o preço do leite tem aumentado bastante. Tenho dito que este fato está relacionado a alguns fatores.
Ocorre um aumento de consumo em algumas partes do mundo, e não ocorre o aumento de produção.
Consumo cresce mais que petróleo
O aumento do preço acontece porque a produção de leite não está acompanhado o crescimento da procura. De acordo com dados do banco holandês Rabobank, citados pela agência Bloomberg, o consumo de leite aumenta a um ritmo de 3% ao ano, subindo 14% nos últimos sete anos, para os actuais 1,9 mil milhões de litros diários. No mesmo período, o consumo de petróleo regista um incremento de 13%, segundo estimativas das Agência Internacional de Energia.
China, Índia e América Latina são as regiões onde se regista um maior crescimento do consumo. Os mais de 1,3 mil milhões de chineses consomem, em média 38,4 centilitros de leite por pessoa e por dia. O Rabobank estima que o seu consumo anual aumente 15% durante os próximos três anos. Porém só este ano o consumo na china já aumentou 25 %, em relação ao mesmo período, do ano anterior.
“Os consumidores de países como a China e a Índia só agora estão despertando para este tipo de produto alimentar, e sua procura ainda vai aumentar muito. Há também que ter em conta o forte desequilíbrio entre oferta e procura de leite nos países da América Latina”, explica ao secretário geral da Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios, Pedro Pimentel.
Além da procura esta aumentando, a oferta também está sob pressão. “As mudanças climatéricas prejudicaram a produção dos dois maiores exportadores de leite, a Austrália e a Nova Zelândia”, explica o mesmo responsável.
Também a forte subida do preço do milho nos mercados internacionais, o principal cereal utilizado nas rações, causou um desinteresse no investimento na produção de leite. Os contratos futuros do milho subiram 21% no espaço de uma ano, devido à procura do cereal para a produção de biocombustiveis, cuja utilização tem vindo a intensificar-se por causa do aumento do preço do petróleo e dos combustíveis.
A pressão sobre a oferta está também a ser sustentada pela ausência de excedentes de produção nos Estados Unidos e na União europeia, devido à política de quotas de produção e subsídios.

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